sexta-feira, 23 de março de 2012

Academia, foursquare

Caramba, eu já estava a treze dias sem postar nada por aqui... Mas essa pausa longa de treze dias tem uma explicação: acabou a criatividade.

Pois é, minha vida já é um ócio, então essa tarefa de arranjar o que escrever, nem que seja a cada semana, é muito difícil. Tudo que eu escrever sobre minha vida aqui, que é o que eu costumo fazer, vai ser chato e entediante de ler, assim como é chata e entediante de se viver a minha vida em si. Ou seja, a única saída que vejo é começar a fazer coisas novas, como me drogar. Provavelmente eu teria bastante coisa pra contar, mas não estou a fim de seguir esse caminho.


Então, comecei a academia há duas semanas e já nessa segunda semana bati meu recorde positivamente de frequência na academia: fiz dois dias, um a mais que na semana passada. Eu sei, nesse ritmo vou ficar super malhado em dois meses no máximo, então meu objetivo é continuar assim.

O que mudou na minha vida nos últimos 13 dias é isto aqui: criei um foursquare. E se você clicar nesse link vai ver aonde eu estou agora, por exemplo. Acumula-se pontos no perfil de cada usuário a cada check-in que o mesmo faz no lugar que está. Ou seja, posso dar check-in em casa todos os dias, na academia (praticamente um spam na rede os meus check-ins na academia) ou até no diretório acadêmico da minha faculdade. Mas isso é totalmente inútil. Só damos check-in a cada lugar que passamos por puro ego. Para provar isso, vou lhes falar a verdadeira utilidade deste aplicativo que chegou para revolucionar as redes sociais.

Cada lugar que você pensar em ir, como um restaurante, um bar, uma festa (fixa, é óbvio, como a Farms), antes de passar lá para ver se valeu a pena seu dinheiro na gasolina e táxi, você pode dar uma olhadinha na página do lugar no foursquare para ver o que as pessoas que foram lá pensam sobre o local e que dicas ela podem te dar sobre o mesmo. Por exemplo, o restaurante Outback Steackhouse do Iguatemi tem várias dicas de quem vai lá. As pessoas te indicam os pratos que mais gostam e outras dizem o que não gostaram, ou seja, você não precisa mais falar com vários amigos para ter vários opiniões imparciais sobre o restaurante ou você mesmo formular sua opinião gastando milhões de dinheiros (que é quanto custa cada prato lá), é só entrar no foursquare e olhar você mesmo. Sério, isso é demais, não acham?

Sem citar exemplos, eu poderia olhar uma página de outro restaurante e ver só reclamações. Ou seja, pouparia meu dinheiro e meu tempo, indo a um lugar melhor e mais barato com uma rápida olhada nesse aplicativo. E o melhor de tudo é que ele ainda não se espalhou muito, e já é muito útil. Imagina se isso virar moda, como o twitter, e todo mundo começar a dizer o que acha dos lugares que vai.

Bom, é isso por hoje. Vou me esforçar para voltar aqui com mais frequência. Aliás, percebo que mais vou na academia do que apareço aqui, ou seja, estou indo muito na academia. To começando a achar que devo diminuir o ritmo. bjs

3 comentários:

  1. Meu. Deus.
    Sério, esse é o grande motivo por trás da inutilidade do foursquare? Se as opiniões do seus amigos são imparciais, o que faz com que opiniões de pessoas estranhas sejam menos imparciais?

    Foursquare é uma ferramenta de stalker literal: não basta a pessoa ter clicado 'Join' no evento no facebook e ficar tweetando no meio da festa. Não, não, todos precisam saber exatamente onde estás.

    Esse é um dos mais claros indícios da pós-modernidade. Bauman colocou, no texto "O Mal Estar Na Pós-Modernidade", como a humanidade trocou um pouco da sua segurança por um pouco mais de liberdade. Expor os detalhes mais ínfimos e particulares da vida privada nas redes sociais é uma prova dessa libertação buscada. O foursquare, portanto, é um Big Brother quase que inteiramente consumado, mas muito pior do que aquele que Orwell pensou: Invés do estado, as próprias pessoas controlam-se mutualmente, vigiando e julgando o próximo.

    A busca da liberdade é algo extremamente confuso e paradoxal. Vendo do ponto de vista de que a liberdade de uma pessoa termina no momento que começa a do outro, quando se pede maior liberdade, automaticamente, a sua fica mais restringida, pois o outro também fica mais livre. Um ganho de liberdade implica numa perda de liberdade.

    A necessidade de ter uma opinião pra tudo, agravada pelos blogs e pelas redes sociais, somada ao desejo de reconhecimento instiga o ser humano a se embrenhar no paradoxo da liberdade. Se o único motivo do foursquare fosse a crítica de um estabelecimento, tal rede social não seria necessária, bastaria consultar blogs, tweets ou até alguma outra ferramenta para a busca de avaliações de locais comerciais. Mas o ser humano também busca reconhecimento. Ter a sua opinião lida não é o suficiente, ele precisa provar que foi ao local e, mais do que isso, garantir o status social de frequentar tal ambiente.

    Partindo do princípio de que não é automático o check-in no foursquare, fica livre para a pessoa censurar os locais que julgaria impróprios para o seu perfil. Assim, une esses dados aos de seu twitter e facebook, sempre selecionando e censurando para que sejam compatíveis uns com os outros. Não podendo exprimir toda a sua essência em RTs, Likes e Shares, a pessoa acaba por construir uma imagem virtual de si mesma, e gasta tempo alimentando-a enquanto poderia cultivar o seu "eu" real. O termo real também seria discutível, mas como prefiro ser sucinto, não o abordarei aqui.

    De modo geral, acho válida a discussão sobre foursquare e as redes sociais. Se faz-lhe bem, espero que não desistas da academia.

    1 abraço

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    1. bom comentário puta merda volte sempre

      Eu, como não tenho opinião própria, a partir de hoje não usarei mais o foursquare para então cultivar o meu "eu" real. bj

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    2. Mas tem uma coisa também, tipo ontem, eu tava pensando em que restaurante na PUC almoçar, não vou achar no google opiniões sobre os restaurantes da puc né...

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